VINHOS DO MUNDO LANÇA TASTING CHALLENGE
- Orestes de Andrade Jr.
- 15 de jul. de 2021
- 2 min de leitura
Degustação às cegas será realizada às quintas, sextas e sábados nas lojas da Capital

A prova cega é um exercício indispensável no mundo dos vinhos. A degustação sem conhecer os rótulos é a maneira mais isenta e divertida de avaliar os mais variados vinhos. É um exercício intelectual de alto nível e pode ser também uma brincadeira educativa e prazerosa. Por isso, dentro da campanha Vinho Para Todos, que busca democratizar o consumo, a Vinhos do Mundo lança o “Tasting Challenge”, uma degustação às cegas que será realizada às quintas, sextas e sábados nas três lojas de Porto Alegre.
Para ampliar a cultura sobre a Bebida de Baco, que é outro objetivo da Campanha Vinho Para Todos, a “Tasting Challenge” terá sempre um duelo entre dois rótulos. Vamos seguir as regras dos melhores concursos internacionais, revelando a origem (país ou região) e/ou a casta (uva). O nome do vinho e o produtor terão de ser descobertos pelos degustadores.
No primeiro fight do Tasting Challenge Vinhos do Mundo vamos revelar apenas a origem e a casta dos dois vinhos. Estão frente a frente, ou taça a taça, um Malbec francês e outro argentino. A partir dessas informações, o consumidor poderá notar as diferenças entre cada um dos terroirs da uva mais amada pelos brasileiros. E poderá adivinhar o nome e o produtor dos dois rótulos. “O que caracteriza tanto a Malbec argentina quanto a francesa é sua cor intensa, sua concentração de aromas, um lado generoso e prolongado na boca. Isso faz dos Malbecs vinhos extraordinários”, diz Philippe Faure Brac Clarín, eleito melhor Sommelier do mundo.
MALBEC FRANCÊS: a uva Malbec tem origem no sudoeste da França, na região de Cahors. Ela teria aparecido a partir de experimentos de um agricultor húngaro, conhecido como Monsieur Malbeck, que misturava castas de uvas viníferas e depois as vendia para produtores franceses. Em Cahors, a Malbec produz vinhos mais tânicos e ácidos, com notas de tabaco, couro, groselha, ameixa e mirtilo azedinhos, baunilha e violetas. Tem um certo amargor “verde” presente, elegante, sem ser agressivo.
MALBEC ARGENTINO: em 1868, o enólogo francês Michel Aimé Pouget levou uma grande variedade de uvas Malbec para Mendoza, na Argentina. Lá, a casta encontrou uma nova casa, onde se desenvolveu de forma espetacular. Gera vinhos com frutas vermelhas e negras exuberantes, taninos macios, aveludados e suculentos. Seus vinhos são muito aromáticos e de acidez mais baixa, com toques de chocolate, cacau e tabaco.
DUAS CURIOSIDADES SOBRE DESTAÇÕES ÀS CEGAS
“Um velho enófilo foi esmagado em uma colisão ferroviária e um pouco de vinho foi derramado em seus lábios para revivê-lo. ‘Pauillac, 1873’, ele murmurou e morreu”, contou o escritor, jornalista e crítico satírico norte-americano Ambrose Gwinnett Bierce.
Na obra Dom Quixote, de Miguel de Cervantes, há uma passagem em que Sancho Pança, famoso personagem por contar vantagem em tudo, dizia que em sua família existiam grandes degustadores de vinhos. Tanto que numa prova de vinho de um determinado tonel, dois deles concordaram sobre todos os aromas e sabores, menos sobre um detalhe: um dizia sentir couro e outro dizia ser ferro. Seguiram discutindo e degustando até chegarem ao fim do vinho no tonel e acharem, lá no fundo, um chaveiro de couro!
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